Meu pai era um entusiasta! Como raramente se encontra um nos dias de hoje.
Acreditem: achei um papel com a sua letra escrito:
"Pessoas que já foram apresentadas a tecnologia GPS:
- Eduardo Eckenfels
- Sônia Salgado
- ...." E a lista ia crescendo com vários nomes de amigos.
Em 1996 papai gastou uma grana e comprou um GPS Garmin38. Ele, fascinado com a tecnologia, passou a explicar a todos os amigos o princípio de funcionamento (que não é trivial) do aparelho. Ele tinha a maior disposição para passar conhecimentos para frente!
Fazer uma lista como esta, é algo bem obsessivo. Mas eu achei a maior graça quando achei o papel. Demonstra bem o lado professor que papai tinha.
Cesar Augustus Pereira 15/10/1951 - 10/05/2004 Weblog dedicado a vida e obra de Cesar Augustus, através das memórias de seus filhos, familiares e amigos.
Thursday, December 28, 2006
Saturday, December 16, 2006
Meu amigo Marcelo do Cefet, sugeriu que eu registrasse a sistemática que o papai falava para todos que costumavam sair do condomínio pela 1. vez:
"Você tem que engatar a segunda e esticar na pista de aceleração: nheeeemmmm!! [onomatopéia do barulho do motor]"
"Se não, pode vir um caminhão e passar por cima de você!! "
"Só após estar de terceira, na velocidade da via, é que você entra. E de uma vez!!"
Nessa hora, ele balançava a cabeça e os braços fazendo de conta que estivesse dirigindo e girando o volante. Era uma peça!
Segundo o Marcelo, mesmo a BR estando vazia, papai repetia esse procedimento. Era verdade.
"Você tem que engatar a segunda e esticar na pista de aceleração: nheeeemmmm!! [onomatopéia do barulho do motor]"
"Se não, pode vir um caminhão e passar por cima de você!! "
"Só após estar de terceira, na velocidade da via, é que você entra. E de uma vez!!"
Nessa hora, ele balançava a cabeça e os braços fazendo de conta que estivesse dirigindo e girando o volante. Era uma peça!
Segundo o Marcelo, mesmo a BR estando vazia, papai repetia esse procedimento. Era verdade.
Friday, December 08, 2006
Meu tio Luizinho contou o seguinte caso:
Quando ele foi visitar o túmulo do papai no dia de finados, encontrou um conhecido* que servira o exército em São João del Rey na mesma época que o papai fazia seu estágio de 1. tenente.
O amigo que era soldado raso, alegre por reencontrar papai, foi logo dizendo:
"Cesinha! Como vão as coisas??"
Papai respondeu: "Cesinha nada!" "Eu sou o tenente Augustus!!"
O amigo falou algo do tipo: "Pô Cesinha! Deixe de brincadeira..."
Papai: "Brincadeira nada! Respeite minha patente, senão mando te prender!"
---
Diz a lenda que o exército estava "de olho" no meu pai nessa época. Eles tinham receio que papai se rebelasse, levando junto uma companhia inteira de guerrilheiros! 1970, dizem, também não foi um ano fácil...
*falta identificar este conhecido.
Quando ele foi visitar o túmulo do papai no dia de finados, encontrou um conhecido* que servira o exército em São João del Rey na mesma época que o papai fazia seu estágio de 1. tenente.
O amigo que era soldado raso, alegre por reencontrar papai, foi logo dizendo:
"Cesinha! Como vão as coisas??"
Papai respondeu: "Cesinha nada!" "Eu sou o tenente Augustus!!"
O amigo falou algo do tipo: "Pô Cesinha! Deixe de brincadeira..."
Papai: "Brincadeira nada! Respeite minha patente, senão mando te prender!"
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Diz a lenda que o exército estava "de olho" no meu pai nessa época. Eles tinham receio que papai se rebelasse, levando junto uma companhia inteira de guerrilheiros! 1970, dizem, também não foi um ano fácil...
*falta identificar este conhecido.
Thursday, November 16, 2006
Um amigo do papai que também trabalha na Cemig, hoje me contou o seguinte caso:
Lá pelos idos de 2002 ele fez um monte de reclamações da Cemig para o papai, que respondeu impulsivamente: "Eu vou comentar tudo isto com o Aluísio Vasconcelos" (na época diretor, hoje presidente da Eletrobrás) como se as coisas pudessem ser revertidas de alguma maneira.
O amigo já sabia do extenso ciclo de relacionamentos do papai, mas mesmo assim ficou meio cabreiro: "Desde que não fale meu nome! Se eu chamasse José, tudo bem!... Mas R(...)" (Este amigo não tem nenhum homônimo na Cemig).
Lá pelos idos de 2002 ele fez um monte de reclamações da Cemig para o papai, que respondeu impulsivamente: "Eu vou comentar tudo isto com o Aluísio Vasconcelos" (na época diretor, hoje presidente da Eletrobrás) como se as coisas pudessem ser revertidas de alguma maneira.
O amigo já sabia do extenso ciclo de relacionamentos do papai, mas mesmo assim ficou meio cabreiro: "Desde que não fale meu nome! Se eu chamasse José, tudo bem!... Mas R(...)" (Este amigo não tem nenhum homônimo na Cemig).
Saturday, November 04, 2006
Em 2001(acho), eu, papai e a Chel fomos a Juiz de Fora para o casamento do Paulo Cobucci e da Iole. Tudo foi ótimo.
Na volta, a estrada estava em reformas e em péssimas condições. Um caminhão dirigia de forma ameaçadora, várias vezes forçando a barra para ultrapassar o Escort na pista única. A situação lembrava um pouco aquele filme do Spielberg, "O Encurraldo". Quando papai ganhava distância do caminhão, o motorista alucinado soltava os freios na próxima descida, sendo necessário freiar o mesmo em cima do Escort.
Após conseguir distanciar bastante, papai resolveu parar no primeiro posto de polícia rodoviária para denunciar o motorista do caminhão.
"Seu pai está 'meio' nervoso. Tentem acalmá-lo" Disse um dos policiais.
Após o policial sair de perto, minha irmã falou: "Mal sabe ele, que ele é sempre assim..."
Eu achei graça. O jeito agitado do papai sempre sempre conquistava as pessoas.
Os policiais falaram que parariam o caminhão. Sem querer, ainda muito agitado, papai desafiou a autoridade deles:
"O motorista não vai parar!" "Ele não vai respeitar vocês!!"
"Eu quero só ver!" Disse o policial batendo na coronha da escopeta que estava apontada para o chão.
Na volta, a estrada estava em reformas e em péssimas condições. Um caminhão dirigia de forma ameaçadora, várias vezes forçando a barra para ultrapassar o Escort na pista única. A situação lembrava um pouco aquele filme do Spielberg, "O Encurraldo". Quando papai ganhava distância do caminhão, o motorista alucinado soltava os freios na próxima descida, sendo necessário freiar o mesmo em cima do Escort.
Após conseguir distanciar bastante, papai resolveu parar no primeiro posto de polícia rodoviária para denunciar o motorista do caminhão.
"Seu pai está 'meio' nervoso. Tentem acalmá-lo" Disse um dos policiais.
Após o policial sair de perto, minha irmã falou: "Mal sabe ele, que ele é sempre assim..."
Eu achei graça. O jeito agitado do papai sempre sempre conquistava as pessoas.
Os policiais falaram que parariam o caminhão. Sem querer, ainda muito agitado, papai desafiou a autoridade deles:
"O motorista não vai parar!" "Ele não vai respeitar vocês!!"
"Eu quero só ver!" Disse o policial batendo na coronha da escopeta que estava apontada para o chão.
Quando havia festa das Rosas em Barbacena, minha irmã costumava levar algumas amigas de BH para lá. Numa dessas exposições, ela acabou não avisando uma amiga, porque a casa estaria cheia.
A amiga, chateada com a situação, convenceu a mãe à levá-la à Barbacena de carro já que não havia mais passagem de ônibus. Meu pai, também tocado pela situação se ofereceu p/ levar a amiga e a mãe a Barbacena. (Minha irmã deu um xilique, pelo o inusitado, quando soube pelo celular que eles já estavam a caminho!!!)
Seguem agora algumas reflexões:
- Realmente, papai tinha a típica personalidade sanguínea. Aquela pessoa para quem não existe tempo ruim. Convenhamos, ir de BH a Barbacena e voltar, tudo isto a noite, num carro velho, já numa época de grana curta: no mínimo, assusta as pessoas ditas normais.
- Fica ai o exemplo, não sei bem qual. Mas é mais uma história.
A amiga, chateada com a situação, convenceu a mãe à levá-la à Barbacena de carro já que não havia mais passagem de ônibus. Meu pai, também tocado pela situação se ofereceu p/ levar a amiga e a mãe a Barbacena. (Minha irmã deu um xilique, pelo o inusitado, quando soube pelo celular que eles já estavam a caminho!!!)
Seguem agora algumas reflexões:
- Realmente, papai tinha a típica personalidade sanguínea. Aquela pessoa para quem não existe tempo ruim. Convenhamos, ir de BH a Barbacena e voltar, tudo isto a noite, num carro velho, já numa época de grana curta: no mínimo, assusta as pessoas ditas normais.
- Fica ai o exemplo, não sei bem qual. Mas é mais uma história.
Um dos episódios mais marcantes da vida do meu pai, foi uma conversão súbita para a religião crente, logo após a falência da firma. (Não vou divagar sobre isto agora, mas é aquela história: até quem já é louco, pode ficar mais um pouco.)
Pois então, nesta época ele encontrou o Savinho (que encontrei ontem "por acaso" na Travessa) que me contou este caso:
O Savinho não estava acreditando que papai tinha virado crente. Até que no meio da pregação papai falou:
"Você já foi na missa das 10 da igreja do Carmo??"
"Não..." responde o Savinho.
"Pois então! Tem cada Mulher lá, que vc precisa ver!!"
Neste momento, o Savinho me disse ter rido muito e pensado: "Ah! Este é o Cesar que eu conheço".
Pois então, nesta época ele encontrou o Savinho (que encontrei ontem "por acaso" na Travessa) que me contou este caso:
O Savinho não estava acreditando que papai tinha virado crente. Até que no meio da pregação papai falou:
"Você já foi na missa das 10 da igreja do Carmo??"
"Não..." responde o Savinho.
"Pois então! Tem cada Mulher lá, que vc precisa ver!!"
Neste momento, o Savinho me disse ter rido muito e pensado: "Ah! Este é o Cesar que eu conheço".
Sunday, October 15, 2006
Friday, September 22, 2006
Ria da minha vida antes que eu ria da sua.
Hj, não sei por que lembrei do seguinte caso que me fez rir novamente sozinho.
Estava eu e meu pai. Nós paramos o carro na Savassi para resolver alguma coisa, qnd percebemos que o talão de faixa-azul que ficava no porta luvas tinha acabado.
Eu perguntei: "E agora o que vamos fazer??"
E ele: "Observe!"
Papai comecou a picotar as folhas usadas do talão com a mão, recolhendo os números e colando com cuspe numa folha menos desbotada, até fazer uma folha nova!! Tudo em menos de um minuto. Na hora de riscar ele fez questão de preencher com uma caneta vermelha e outra preta, p/ que o talão ficasse bem esquisito!
Foi 10! Eu devia ter uns 11 anos na época.
Hj, não sei por que lembrei do seguinte caso que me fez rir novamente sozinho.
Estava eu e meu pai. Nós paramos o carro na Savassi para resolver alguma coisa, qnd percebemos que o talão de faixa-azul que ficava no porta luvas tinha acabado.
Eu perguntei: "E agora o que vamos fazer??"
E ele: "Observe!"
Papai comecou a picotar as folhas usadas do talão com a mão, recolhendo os números e colando com cuspe numa folha menos desbotada, até fazer uma folha nova!! Tudo em menos de um minuto. Na hora de riscar ele fez questão de preencher com uma caneta vermelha e outra preta, p/ que o talão ficasse bem esquisito!
Foi 10! Eu devia ter uns 11 anos na época.
Wednesday, September 20, 2006
Lendo na Wikipedia sobre a data de lançamento do padrão 802.11 do IEEE em 1997, me lembrei que em 1996 (antes do padrão estar pronto!) fui com meu pai a uma feira sobre Mobile e Wireless Technologies no Anhembi em SP.
Na ocasião, experimentamos conversar via chat de um Notebook com placa Wireless para outro PC. Foi uma empolgação quando vimos o troço funcionar: meu pai saia andando com o Notebook, escondendo atrás das pilastras da sala p/ testar o sistema!
Na ocasião, experimentamos conversar via chat de um Notebook com placa Wireless para outro PC. Foi uma empolgação quando vimos o troço funcionar: meu pai saia andando com o Notebook, escondendo atrás das pilastras da sala p/ testar o sistema!
Friday, July 21, 2006
Uma das histórias mais malucas que tenho com meu pai é a seguinte:
Fomos parados em uma blitz na Av. Amazonas perto do hospital Sara, logo depois dele ter me buscado no CEFET. Na ocasião, o Escort estava com várias multas e IPVAs atrasados, inclusive ele não tinha aquele adesivo "97" de IPVA que inventaram. Meu pai foi logo falando com o guarda:
-"Você terá que prender o carro porque a única coisa que tenho é a carteira de motorista..."
-"Então me deixe vê-la, Sr."
Meu pai entrega a carteira ao guarda que segundos depois diz estupefato:
- "Mas ela está vencida!!!".
Acabou que no final correu tudo bem. Mas são coisas que a gente nunca esquece.
Fomos parados em uma blitz na Av. Amazonas perto do hospital Sara, logo depois dele ter me buscado no CEFET. Na ocasião, o Escort estava com várias multas e IPVAs atrasados, inclusive ele não tinha aquele adesivo "97" de IPVA que inventaram. Meu pai foi logo falando com o guarda:
-"Você terá que prender o carro porque a única coisa que tenho é a carteira de motorista..."
-"Então me deixe vê-la, Sr."
Meu pai entrega a carteira ao guarda que segundos depois diz estupefato:
- "Mas ela está vencida!!!".
Acabou que no final correu tudo bem. Mas são coisas que a gente nunca esquece.
Saturday, July 15, 2006
O príncipe dos Pereiras
Cesar Augustus Pereira. Natural de Barbacena-MG
Engenheiro projetista, produtor musical.
Fotógrafo profissional. Cineasta amador.
Mecânico de automóvel por obrigação.
Pai de família. Político e jardineiro.
Pós-graduado em qualidades.
Alguns feitos notáveis (bons p/ conversas de bar):
Beijou Rita Lee nova na boca.
Carregou o caixão de Gonzaguinha.
Bebeu Whisky com Art Blake.
Compôs com Cartola.
Cumprimentou Juscelino presidente,
E até com um cosmonauta conversou.
Cesinha, bim-bim.
Empunhou baioneta,
e tocou muita guitarra!!
Cesar Augustus Pereira. Natural de Barbacena-MG
Engenheiro projetista, produtor musical.
Fotógrafo profissional. Cineasta amador.
Mecânico de automóvel por obrigação.
Pai de família. Político e jardineiro.
Pós-graduado em qualidades.
Alguns feitos notáveis (bons p/ conversas de bar):
Beijou Rita Lee nova na boca.
Carregou o caixão de Gonzaguinha.
Bebeu Whisky com Art Blake.
Compôs com Cartola.
Cumprimentou Juscelino presidente,
E até com um cosmonauta conversou.
Cesinha, bim-bim.
Empunhou baioneta,
e tocou muita guitarra!!
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