Sunday, August 26, 2007

Segue uma contribuição do Eng. Rony, amigo do papai, para o blog:

-----Mensagem original-----
De: ronyrh@efata.com.br [mailto:ronyrh@efata.com.br]
Enviada em: sábado, 18 de agosto de 2007 19:50
Para: EZEQUIEL
Assunto: Re: enquanto descansamos, carregamos pedras

Entrei no Blog e dei umas boas risadas e cheguei a ficar com o coração apertado pois bateu uma saudade muito grande do seu pai.

Vou lembrando alguma coisa e vou te passando.

Trabalhávamos com o Cesar (meu Mestre na arte de projetar) e estávamos uma vez todos reunidos e o telefone tocou e era um cliente novo indicado por algum amigo.

E a conversa esticou com o futuro cliente e o Cesar tentava mostrar que nós éramos os melhores de Belo Horizonte e não faltavam adjetivos para para falar de nossa empresa e ele descrevia tudo o que o escritório seria capaz de fazer e a certa altura, como desfecho final ele falou: "Olha! ... nós somos especializados em resolver qualquer tipo negócio".

Tivemos que sair da sala porque ríamos de cair no chão e isso virou folclore e até hoje eu, Mário, Paulo Bedê e Alcino sempre quando nos encontramos lembramos esse fato que foi um dos melhores que já presenciamos.

Outra

Eu trabalhava com o Cesar já a uns dois anos e recebia por serviço e não havia salário. Ele tinha uma caderneta e ia anotando e a minha foi acumulando e a certa altura ele me propôs vender o seu "fusquinha branco" e eu poderia pagar com os serviços de projeto.

Um dia chegou o valor e eu fui buscar o fusquinha e minha emoção era muito grande, pois era o meu primeiro carro. O Cesar fez um discurso, falou sobre o carro, os bons momentos que passou com ele e mil recomendações que, claro ... não em lembro mais.

Passado uns meses um dia ele me perguntou: "Rony, quando você vai me devolver o carro?"
Eu falei: "Uai Cesar! eu comprei ele de você!"
Ele respondeu: "Foi mesmo?" "Eu achei que era um empréstimo..."

Fiquei sinceramente com pena dele, pois ela gostava muito do carro e fiquei anos com o fusquinha branco e às vezes dava vontade devolvê-lo, mas os tempos eram difíceis e nunca consegui.

Abraços,
Rony

Sunday, August 19, 2007

Dr. João.

[Pequena introdução]
O Dr. João é médico homeopata que cuida da saúde da saúde da família. Nós vamos ao seu consultório desde pequenos.

Bastaria dizer somente que quando papai fez a cirurgia fatídica, ele assistiu-a como convidado. E quando toda junta médica lavou suas mãos e entregou o caso para Deus, o Dr. João foi o único a oferecer uma esperança alternativa. E nesse caso, segurar uma barra pesadíssima junto com a gente.
[Fim da pequena introdução]

Alguns dias depois do falecimento do papai, o Dr. João me relatou o seguinte sonho que ele teve:

O papai estava enfermo na cama. O Dr. João sabendo que ele já havia morrido questionou-o: "Cesar! Você está morto!"
Papai olhou-o com aquela cara...
O Dr. continuou: "Cesar você não encontrou com seu pai e sua mãe ainda não?"
Papai respondeu no sonho: "Ainda não, João..." ele fez uma pausa "Eu ainda estou refletindo sobre o que é viver."

Thursday, August 09, 2007

Hoje fui no Dr. Valênio, oftmologista da família. Lembramos uns casos do papai:

1.
Minha última consulta foi em conjunto com o papai, no dia 21/02/2001 (segundo a receita). Nesse dia lembro claramente meu pai falando:
"Valênio, eu estou impressionado com a velocidade que minha visão está indo pro espaço!" "Cada dia que passa, eu estou enxergando menos..."

O Dr. Valênio respondeu, numa tentativa de acalentar a insatisfação da alma do papai:
"Cesar! Isso é envelhecer... Por outro lado, você está ficando mais sábio com o passar do tempo..."

Papai retribuiu com um largo sorriso e disse: " é você tá certo...". Era o sinal que a sabedoria do Dr. Valênio funcionara.

2.
Numa outra consulta, papai estava reclamando da velha falta de grana de forma lamuriosa:
"Sabe Valênio, o problema é que não poupei nenhum dinheiro durante toda a vida. Gastei tudo com viagens ao exterior."
O Dr. respondeu:
"Cesar, você fez aquilo que nós jovens queríamos fazer, mas não tivemos coragem!"

Friday, August 03, 2007

Censo2000!

Ontem, recebemos pelo correio a propaganda do Censo 2007 do IBGE. Foi quando contei, para o meu irmão e mais 2 pedreiros que racharam de rir, a seguinte história:

No último censo em 07/2000 papai foi uma das únicas pessoas encontradas na rua pelo recenseador do IBGE. Diante do desânimo da pessoa em voltar outro dia (aqui no condomínio, eles andam a pé de casa em casa. E muito!), papai então convenceu o fiscal que conhecia toda a rua e poderia muito bem responder o censo das outras pessoas. O que era verdade.

Só que para algums vizinhos específicos, ele informou salários absurdos, muito mais altos do eles provavelmente ganhavam. Confesso que não achei ético, mas na cabeça do papai, era realmente o salário que eles ganhavam...

No entanto, qual foi a nossa surpresa, quando meses depois, um de nossos vizinhos teve seu salário publicado nos principais jornais de Minas por causa de um escândalo na Assembléia. O salário publicado era mais que o dobro do salário inventado pelo papai...