Quando o artista plástico Oswaldo Medeiros, o Wadin, faleceu papai falou que seria o próximo da turma a morrer.
Infelizmente, ele acertou...
A turma a que ele se referia era pessoal do Bar do Helinho e do projeto Memória Gráfica encabeçado pelo Wadin e cujos projetos elétricos das instalações papai realizou.
O Bar do Helinho era o bar mais legal de Belo Horizonte! Ele funcionava no porão do Teatro Universitário da UFMG, na rua Carangola. Seu dono era o ator Hélio Zolini, daí o nome para os íntimos. O bar também era conhecido como bar do TU, ou ainda, incomumente pelo nome verdadeiro: Cantina Urrubus. Era o reduto de vários artistas plásticos como o Wadin, Gilberto Abreu, músicos, intelectuais e outros talentos que muitas vezes, ainda não eram devidamente reconhecidos no mainstream.
Confesso que muitas das diferenças entre eu e papai foram acertadas em mesas de bar como esse. Na época eu tinha entre 17 e 18 anos. (Nesse aspecto, o bar Cheiro de Mato em Barbacena foi igualmente importante na minha vida).
Uma vez, eu deixei papai nesse bar e fui dar umas voltas com o Escort pois tinha acabado de tirar carteira. Eu ficava com o seu celular, no caso de alguma emergência. Foi quando ele me ligou pedindo para voltar, pois o bar iria fechar e todos iriam para o bar do Toninho Horta no horto.
Quando eu cheguei no bar, que Toninho Horta, que nada! Nesse meio tempo, apareceu um casal com um violão, que já estava na mão do papai que tocava desde Beatles a Tom Jobim. Todo o bar, numa roda fechada, cantava junto!
Meu amigo Luiggi foi testemunha desse dia inesquecível!
NP: My Father's Eyes - Eric Clapton
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